Corinthians vence Athletico-PR por 2 a 0 e vai à semifinal da Copa do Brasil
Um pênalti defendido, dois gols e três intervenções do VAR. Foi assim, em noite tensa e barulhenta na Neo Química Arena, que o Corinthians bateu o Athletico-PR por 2 a 0, garantiu 3 a 0 no agregado e avançou à semifinal da Copa do Brasil. Rodrigo Garro e Gui Negão decidiram um jogo que misturou eficiência, nervos à flor da pele e arbitragens checadas no detalhe.
O placar desta terça-feira, 10 de setembro de 2025, consolidou uma classificação construída fora de casa (1 a 0 na ida) e confirmada diante da própria torcida. O time paulista foi prático, controlou os momentos de maior pressão do Athletico e soube acelerar quando encontrou espaço.
Como foi o jogo
Antony Hugo Souza foi o titular no gol, com Angileri, Gustavo Henrique, De Sousa e Bidu formando a linha defensiva. No meio, Bidon, Maycon e Matheuzinho deram sustentação a um trio de frente móvel com Garro, Memphis Depay e Gui Negão. A ideia: bloco compacto sem a bola e rapidez para atacar os lados quando a posse aparecesse.
A primeira grande história da noite veio aos 22 minutos. Cruzamento de Léo Derick, a bola bateu na mão direita de Matheuzinho, e o VAR foi chamado para checar se o toque tinha sido dentro ou fora da área. Decisão: pênalti. Benavídez bateu, e Hugo Souza fez a defesa que manteve o jogo em zero a zero e virou ponto de virada emocional para o Corinthians.
O Athletico chegou a balançar a rede, mas viu o primeiro gol anulado por falta de Viveros no início da jogada. O lance esfriou a arrancada paranaense e reforçou a leitura do juiz em campo: contato exagerado na disputa pela bola. A cada revisão, mais nervosismo e mais barulho vindo das arquibancadas.
Quando o relógio marcava 43 minutos, Garro abriu o placar. A jogada nasceu numa arrancada de Gui Negão pela direita, em cima do marcador, que clareou a jogada e achou o meia em boa posição. Garro bateu com firmeza e precisou de um toque preciso para vencer o goleiro — o tipo de chutaço que muda o jogo no detalhe.
Com a vantagem, o Corinthians voltou do intervalo sem se desconcentrar. Aos 63 minutos, foi a vez de Gui Negão transformar boa atuação em gol. Ele recebeu em condição de finalizar e mandou com precisão para o canto, coroando uma noite em que participou do primeiro gol e resolveu o segundo.
O Athletico insistiu e chegou a marcar novamente, mas o gol foi anulado por impedimento: Luiz Fernando estava à frente da linha defensiva quando recebeu o passe na área. A checagem foi rápida e confirmou o avanço irregular do atacante.
Outro momento quente foi o possível cartão vermelho para Vitinho, em entrada que gerou reclamação intensa dos visitantes. A arbitragem manteve a decisão de campo sem expulsão, depois de revisão silenciosa, o que aumentou o clima de inconformismo no banco do Athletico.
Sem a bola, o Corinthians foi sólido. Gustavo Henrique e De Sousa venceram duelos pelo alto e fecharam o funil, enquanto Angileri e Bidu alternaram coberturas para evitar cruzamentos livres. Quando a linha foi superada, Hugo Souza apareceu — a defesa no pênalti foi a fotografia da segurança do goleiro na noite.
No meio, Bidon foi o motor da saída limpa, Maycon deu ritmo e Matheuzinho, apesar do pênalti cometido, recompôs bem. À frente, Garro achou espaços entre linhas, Memphis atraiu marcadores e abriu corredores, e Gui Negão foi a faísca: profundidade, drible curto e decisão.
VAR, recados táticos e o que vem por aí
As revisões do VAR pautaram a partida e escancararam um manual que já virou rotina nas copas: contato em disputa é checado desde a origem da jogada, impedimento milimétrico conta e mão em posição antinatural dentro da área vira pênalti. O Corinthians, que sofreu com oscilações recentes em lances ajustados, desta vez se beneficiou da frieza para jogar o pós-revisão com a cabeça no lugar.
Taticamente, o plano funcionou. Linha média curta para tirar o entrelinhas do Athletico, pressão coordenada no passe lateral e saída rápida para pegar a defesa rival desorganizada. Não foi um massacre em volume, mas foi um jogo maduro: poucas concessões atrás e aproveitamento alto na frente.
Com a classificação, o Corinthians espera Cruzeiro ou Atlético-MG. Os mineiros se enfrentam com vantagem celeste de 2 a 0 no jogo de ida, o que coloca o Cruzeiro como favorito a cruzar o caminho alvinegro. As semifinais estão previstas para dezembro, o que dá tempo para ajustes, recuperação física e planejamento fino de carga.
A vaga também muda o eixo da temporada no clube: calendário cheio, visibilidade nacional e premiação pesada que oxigena o caixa. Em termos esportivos, é a chance de consolidar uma ideia com jogos grandes e decisões travadas, onde detalhes pesam mais do que posse ou volume.
Do outro lado, o Athletico-PR volta o foco para a Série B e a briga pelo acesso. A comissão técnica terá de recolar as peças depois de uma eliminação dolorida, cuidando de desgaste e de confiança. A atuação mostrou um time agressivo e insistente, mas vulnerável em transição e ainda dependente de decisões individuais para furar defesas compactas.
No fim, fica a fotografia de uma noite em que o Corinthians foi cirúrgico: defendeu quando precisou, sofreu nas polêmicas sem perder a linha e decidiu quando o jogo pediu. Garro e Gui Negão foram os nomes da criação e da execução. E Hugo Souza, com a luva na bola do pênalti, segurou o enredo para que o placar contasse a história de uma classificação incontestável.
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