Elizabeth Taylor: de estrela infantil a ícone premiado de Hollywood
Quando Elizabeth Taylor, atriz recebeu o protagonismo em Um Lugar ao SolHollywood, o público viu a ascensão de uma estrela que mudaria a história do cinema. O filme, dirigido por George Stevens, arrecadou cerca de US$3 milhões e deu a Taylor seu primeiro grande reconhecimento crítico. Apenas dois anos depois, ela já era nomeação ao Oscar, provando que o talento infantil havia se transformado em força artística adulta.
Início precoce e ascensão em Hollywood
Filha de ingleses, Elizabeth Rosemond Taylor estreou nas telas aos 10 anos, em Lassie Come Home (1943). Seu papel como Priscilla chamou atenção para a sensibilidade que ainda buscava maturação. Um ano depois, em National Velvet, ela interpretou a corajosa Velvet Brown, mostrando que podia carregar um romance inteiro nas costas. Esses primeiros créditos abriram portas em estúdios como a MGM, que a contratou para papéis de apoio antes de confiar-lhe a protagonista em Father of the Bride (1950).
Filmes que definiram sua lenda
O verdadeiro divisor de águas veio em Um Lugar ao Sol. Ao lado de Montgomery Clift e Shelley Winters, Taylor encarnou a socialite Angela Vickers, conquistando elogios como o de Variety: "histrionics of such quality beyond anything she has done before". A seguir, Giant mostrou sua versatilidade ao viver Leslie Benedict, ao lado de James Dean e Rock Hudson – embora Dean tenha falecido antes das filmagens, o projeto ainda consolidou Taylor como referência de drama.
Nos anos finais da década de 1950, ela abraçou o teatro de Tennessee Williams nas telas: Gata em Teto de Zinco Quente (como Maggie Pollitt) e De Repente, no Último Verão (como Vicky). O segundo rendeu-lhe o Golden Globe de Melhor Atriz, enquanto a crítica elogiava sua capacidade de transitar entre a vulnerabilidade e a força.
O primeiro Oscar chegou em 1960 por Disque BUtterfield 8, papel controverso de uma call‑girl chamada Barbara. Curiosamente, Taylor admitiu que odiava o personagem, mas sua performance foi considerada "uma pequena grande revelação" por The New York Times. Três anos depois, porém, ela alcançaria o ápice de sua carreira com Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?, pelo qual recebeu o segundo Oscar. O filme, dirigido por Mike Nichols, consolidou seu lugar entre as maiores atrizes da história.
Amor, escândalo e parceria com Richard Burton
A produção de CleópatraRoma trouxe à tona um dos romances mais famosos de Hollywood. Enquanto filmava ao lado de Richard Burton, Taylor iniciou um caso extraconjugal que alimentou manchetes em todo o mundo. A mídia apelidou o casal de "Liz e Dick"; o escândalo gerou protestos de conservadores, mas também aumentou a bilheteria de forma inesperada. Em 1964, o par oficializou a relação, gerando 11 filmes conjuntos, entre eles Gente Muito Importante e A Megera Domada. A química na tela era inegável, ainda que críticos às vezes acusassem a dupla de depender demais da fama do romance.
Reconhecimento, prêmios e legado
Além dos dois Oscars, Taylor recebeu oito prêmios do Academy of Motion Picture Arts and Sciences e um BAFTA por Who's Afraid of Virginia Woolf?. Ela também se tornou a primeira atriz a ganhar três Globos de Ouro de Melhor Atriz. Sua influência transcendeu o cinema: colecionadores ainda valorizam objetos pessoais – como o famoso colar de diamantes que recebeu de Burton – e seu nome permanece associado a campanhas filantrópicas, sobretudo no combate à AIDS.
No final dos anos 1960, porém, a popularidade começou a declinar. Projetos como Adeus às Ilusões e Reflexões em um Olho Dourado foram aclamados pela crítica, mas tiveram fraca bilheteria. Ainda assim, Taylor continuou atuando até meados da década de 1970, sempre lembrada como símbolo de glamour e talento incontestável.
O que ficou para a história do cinema
Hoje, Elizabeth Taylor é estudada em cursos de cinema como exemplo de reinvenção constante. Seu repertório demonstra que, mesmo nos papéis mais glamourosos, ela sabia imprimir profundidade psicológica – algo que influenciou gerações de atrizes, de Meryl Streep a Charlize Theron. Ao mesmo tempo, o romance com Burton permanece como um caso clássico de como a vida pessoal pode alimentar a narrativa pública, gerando debates sobre privacidade e espetáculo.
Em suma, a jornada de Taylor, da infância em Lassie Come Home ao triunfo em Who's Afraid of Virginia Woolf?, ilustra a capacidade de Hollywood de criar lendas que ainda brilham décadas depois.
Perguntas Frequentes
Qual foi o primeiro filme que trouxe Elizabeth Taylor ao estrelato?
O papel de Angela Vickers em Um Lugar ao Sol (1951), dirigido por George Stevens, lhe rendeu reconhecimento crítico e a primeira grande bilheteria, marcando sua ascensão em Hollywood.
Quantos Oscars Elizabeth Taylor ganhou e por quais filmes?
Taylor venceu duas vezes o Oscar de Melhor Atriz: primeiro por Disque BUtterfield 8 (1960) e depois por Quem Tem Medo de Virgínia Woolf? (1966).
Como a relação de Taylor com Richard Burton influenciou suas carreiras?
O romance, iniciado durante as filmagens de Cleópatra, gerou intenso interesse da mídia, aumentando a bilheteria dos filmes em que atuaram juntos, como A Megera Domada. Contudo, alguns críticos argumentaram que a atenção ao escândalo ofuscou o mérito artístico de certos projetos.
Qual foi o impacto cultural de "Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?"?
O filme trouxe à tona um drama psicológico intenso, mostrando diálogos mordazes que ainda são citados em escolas de teatro. A performance de Taylor redefiniu o conceito de atriz que pode combinar vulnerabilidade e dureza, influenciando gerações de atores.
Por que a carreira de Taylor começou a declinar no fim dos anos 1960?
Mudanças no gosto do público, o surgimento de novos estilos cinematográficos e a saturação dos papéis glamourosos que a tornarão famosa contribuíram para a diminuição das bilheterias, apesar de críticas ainda elogiarem sua atuação.
Willian Binder
A ascensão meteórica de Taylor transcende o mero brilho de Hollywood, indicando um arquétipo quase mítico da artista que se reinventa incessantemente.