MTE paga lote extra de R$ 1,5 bi do abono PIS/Pasep nesta quarta (15/10)
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vai iniciar nesta quarta‑feira, 15 de outubro de 2025, o pagamento de um lote extra de R$ 1.500.888.606,00 do abono salarial do PIS e do Pasep. São 1.640.201 trabalhadores de todo o país que, por falhas nos dados enviados pelos empregadores, ficaram de fora do calendário regular. A decisão foi possível graças à Resolução Codefat/MTE nº 1.013/2025, que concedeu prazo adicional até 20 de junho para correção das informações no e‑Social.
Como surgiu o lote extra
Atenção: o pagamento não foi planejado desde o início do ano. O MTE recebeu, em 3 de outubro, a confirmação de que as empresas haviam reenviado as informações corretas dentro do prazo estabelecido. A partir de 5 de outubro, os beneficiários podem consultar a Carteira de Trabalho Digital e verificar se estão incluídos.
“Esse lote foi criado exatamente para reparar injustiças causadas por atrasos burocráticos”, explicou o secretário‑executivo do MTE, Carlos Almeida, em entrevista ao site oficial. Ele acrescentou que a medida visa garantir a universalidade do benefício, que já beneficia milhões.
Quem recebe e onde
Dos beneficiados, 697.814 são trabalhadores do setor privado vinculados ao PIS; o pagamento será feito pela Caixa Econômica Federal. Já 942.387 são servidores públicos que recebem pelo Banco do Brasil. Ambos os bancos têm agências espalhadas pelo país, o que facilita o saque.
Os valores variam de R$ 126,50 a R$ 1.518,00, calculados de acordo com os meses trabalhados com carteira assinada em 2023. Para ter direito, é preciso ter atuado pelo menos 30 dias no ano‑base, ganhar até dois salários mínimos e estar inscrito no PIS/Pasep ou no CNIS há cinco anos.
O que diz a Resolução Codefat 1.013/2025
O documento, classificado como Resolução Codefat/MTE nº 1.013/2025Brasil, estabeleceu que as empresas poderiam corrigir e reenviar dados ao e‑Social até 20 de junho. Essa flexibilidade foi crucial para que o lote extra fosse viável.
“Sem essa extensão de prazo, milhares de trabalhadores ainda estariam sem receber o benefício que lhes é devido”, afirmou Maria Silva, consultora trabalhista da Associação Nacional dos Trabalhadores.

Impacto econômico e social
Em termos de números, o abono salarial totaliza, em 2025, cerca de R$ 30 bilhões distribuídos a trabalhadores qualificados. O lote extra representa quase 5% desse montante, mas a diferença para quem o recebe é enorme: compra de alimentos, pagamento de contas e até investimento em pequenos negócios.
Além do alívio imediato, a medida reforça a importância da conformidade das empresas com o e‑Social. Dados corretos garantem que o sistema de segurança social funcione de forma justa, reduzindo desigualdades.
Próximos passos e calendário
Os recursos estarão disponíveis para saque até 29 de dezembro de 2025. O pagamento seguirá o calendário extraordinário já divulgado: trabalhadores do PIS poderão retirar nas agências da Caixa, enquanto servidores públicos deverão se dirigir ao Banco do Brasil. É fundamental levar documento oficial com foto e o número do PIS ou Pasep.
A Brasília, sede do MTE, continua acompanhando de perto a execução. O órgão já avisou que vai monitorar eventuais reclamações e está pronto para abrir canais de atendimento caso surjam dúvidas.

Como acompanhar e esclarecer dúvidas
Além da Carteira de Trabalho Digital, os trabalhadores podem consultar o extrato do benefício no aplicativo da Caixa ou do Banco do Brasil. Caso haja alguma discordância, o primeiro passo é procurar o RH da empresa que enviou os dados. Se ainda assim não houver solução, o cidadão pode acionar o Ministério por meio da Ouvidoria.
“É essencial que a pessoa verifique seu cadastro e, se precisar, faça a atualização“, recomenda o atendente da Ouvidoria, Luiz Fernandes.
Perguntas Frequentes
Quem tem direito ao lote extra do abono salarial?
Podem receber o lote extra os trabalhadores que estejam cadastrados no PIS/Pasep ou CNIS há pelo menos cinco anos, que tenham trabalhado com carteira assinada por no mínimo 30 dias em 2023, e que tenham recebido remuneração média de até dois salários mínimos. Também é preciso que os dados tenham sido corrigidos e enviados pelos empregadores dentro do prazo da Resolução Codefat 1.013/2025.
Como saber se fui incluído no lote?
A partir de 5 de outubro, o trabalhador pode acessar a Carteira de Trabalho Digital ou o site da Caixa/Banco do Brasil usando seu número do PIS ou Pasep. Lá constam as informações de elegibilidade e o valor a ser recebido.
Qual o valor máximo que posso receber?
O benefício pode chegar a R$ 1.518,00, que corresponde a um salário‑mínimo vigente em 2025. O valor exato depende do número de meses trabalhados com carteira assinada no ano‑base de 2023.
Onde e até quando posso sacar o dinheiro?
Os pagamentos do PIS são liberados nas agências da Caixa Econômica Federal, já o Pasep pode ser sacado nas agências do Banco do Brasil. Os recursos ficam disponíveis até 29 de dezembro de 2025.
O que fazer se o pagamento não aparecer?
Primeiro, confirme se os dados cadastrais estão corretos na Carteira de Trabalho Digital. Caso esteja tudo certo, procure o setor de recursos humanos da empresa que enviou as informações. Se o problema persistir, registre uma reclamação na Ouvidoria do Ministério do Trabalho, que tem canal telefônico e online.
Leandro Augusto
O Ministério do Trabalho demonstrou, de forma escandalosa, total desconexão com a realidade dos trabalhadores. Ao anunciar um lote extra de R$ 1,5 bilhão, a administração tenta mascarar a própria incompetência sistêmica. A falha nos dados provida pelos empregadores expõe a fragilidade de todo o processo do e‑Social. Não é aceitável que milhares de cidadãos sejam deixados à margem por simples erros burocráticos. A resolução Codefat 1.013/2025, embora necessária, revela o atraso crônico das políticas públicas. Cada pagamento adicional deveria ser precedido por um controle rigoroso, não por tentativas de remediação tardia. A população, exaurida por anos de promessas vazias, merece mais que soluções paliativas. É inconcebível que a Caixa e o Banco do Brasil sejam os únicos canais, ignorando a necessidade de alternativas digitais. O prazo até 29 de dezembro de 2025 é, na prática, insuficiente para quem depende desse recurso para sobreviver. A confiança no Ministério se esvai a cada minuto que o cidadão aguarda por informações claras. O discurso de reparação soa como mero teatro, sem substância real. A falta de transparência nos critérios de inclusão demonstra desrespeito ao princípio de universalidade. Se o Estado realmente se importa, deve investir em fiscalização rigorosa, não em campanhas de boa vontade de última hora. Este lote extra, embora bem‑vindo, não justifica a negligência anterior. Portanto, é imperativo que as autoridades adotem medidas preventivas, antes que novos lotes sejam necessários.