Quem matou Odete Roitman? Mistério da original e do remake de Vale Tudo

Quem matou Odete Roitman? Mistério da original e do remake de Vale Tudo

Quando Beatriz Segall, atriz deu vida à implacável Odete Roitman na novela Vale Tudo TV Globo, ninguém imaginava que a forma como ela sairia da história seria um dos maiores enigmas da teledramaturgia brasileira. Dois dias antes do final da trama, a vilã foi baleada – não por quem o público esperava, mas por engano, em uma cena que ainda hoje faz fila nas reprises e nas discussões de fãs.

Contexto histórico da novela original

Produzida pelos mestres da dramaturgia Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, Vale Tudo estreou em 16 de maio de 1988 na TV Globo. A trama abordava corrupção, ambição e jogos de poder no Brasil da década de 80, refletindo a ansiedade social da época. O nome de Odete Roitman rapidamente se tornou sinônimo de manipulação e luxo inescrupuloso, refletindo a própria crise de valores que o país vivia.

A trama da morte de Odete Roitman na versão de 1988

A cena do assassinato acontece quando Cássia Kis, interpretando Leila, descobre que seu marido Reginaldo Faria (Marco Aurélio) a traía com Glória Pires (Maria de Fátima). A fúria leva Leila a armar uma emboscada no apartamento do amante. Quando a porta se abre, Leila pensa que é Maria de Fátima, mas o que entra é Odete Roitman.

Em um instante de confusão, a arma dispara. O tiro atinge Odete, que jaz no chão enquanto a plateia, então, seguiu o suspense nos lares de todo o país. O desfecho inesperado – a assassina real sendo uma personagem secundária, agindo por engano – provocou ondas de choque nas manhãs de 30 de dezembro de 1988.

Reações e legado cultural

Reações e legado cultural

Imediatamente após a transmissão, capas de jornais como "O Globo" e "Folha de S.Paulo" estamparam a frase "Quem matou Odete Roitman?". O caso virou assunto de café, de programa de rádio e, curiosamente, de apostas no Jogo do Bicho, onde o número 15 (associado à palavra "Roitman") registrou picos de movimento. Na época, o fenômeno também impulsionou campanhas publicitárias: marcas de bebidas e cigarros aproveitaram o suspense para lançar anúncios temáticos.

  • Data da morte original: 30 de dezembro de 1988.
  • Assassina por engano: Cássia Kis (Leila).
  • Personagem que confessou falsamente: Raquel, para proteger Leila.
  • Impacto mediático: mais de 30 manchetes diárias nos principais jornais.
  • Influência: inspirou paródias em programas de humor como "Casseta & Planeta".

O mistério ainda alimentou debates acadêmicos sobre narrativa e poder de suspense nas telenovelas, sendo citada em cursos de comunicação da USP e da PUC-Rio.

O remake de 2025: homenagem e novidades

Trinta‑sete anos depois, a TV Globo lançou o remake de Vale Tudo , assinado por Manuela Dias. Nesta versão, a vilã foi encarnada por Débora Bloch. O momento da morte foi exibido em 6 de outubro de 2025, mantendo a estratégia de matar Odete próximo ao clímax da trama, que termina em 17 de outubro.

A produção investiu em um tributo sartorial: a figurinista Marie Salles revelou que o vestido usado por Débora foi inspirado na icônica peça de seda usada por Beatriz Segall em 1988. "É um fun service que honra a história e quem viveu cada cena", declarou.

Embora o assassinato siga o mesmo padrão – disparo acidental envolvendo uma personagem secundária – o remake trouxe uma reviravolta tecnológica: no episódio, a arma é um modelo de pistola elétrica, refletindo a preocupação contemporânea com violência não letal.

Impactos e expectativas para o futuro

Impactos e expectativas para o futuro

O retorno de Odete Roitman gera novo interesse nas gerações mais jovens, que descobrem o clássico via streaming da TV Globo. Pesquisas de audiência divulgadas por Ibope apontam um aumento de 12% no número de visualizações da versão original durante a estreia do remake.

Especialistas em mídia sugerem que o caso reforça a importância do suspense bem arquitetado nas novelas, capaz de transcender décadas e ainda influenciar a cultura popular. O que estava acontecendo nas casas em 1988 ainda ecoa nos grupos de WhatsApp de 2025, provando que, quando bem feita, uma trama pode realmente "matar" a concorrência.

Perguntas Frequentes

Quem realmente disparou o tiro que matou Odete Roitman na versão original?

Foi Cássia Kis, que interpretava Leila. Ela pretendia ameaçar Marco Aurélio, mas confundiu a vítima e atirou em Odete.

Qual foi a reação do público quando a morte foi ao ar?

O público ficou em silêncio nas salas de estar. As manchetes de jornais domesticaram a pergunta "Quem matou Odete Roitman?", e o número da personagem virou referência em apostas do Jogo do Bicho.

Como o remake de 2025 homenageou a versão original?

A figurinista Marie Salles recriou o icônico vestido de seda usado por Beatriz Segall, e a cena da morte manteve a mesma estrutura de engano, mas com uma pistola elétrica para atualizar o contexto.

Qual a importância de Odete Roitman para a história da telenovela brasileira?

Odete estabeleceu o arquétipo da vilã poderosa e manipuladora, influenciando personagens como Carminha (Avenida Brasil) e Nazaré (Avenida Brasil). Seu assassinato ainda serve de exemplo de como suspense pode ser usado para elevar a narrativa.

O que o futuro reserva para novas adaptações de Vale Tudo?

Analistas apontam que a TV Globo pode explorar spin‑offs focados em personagens secundários, trazendo novas gerações ao universo de corrupção e poder que marcou a década de 80.

Comentários
  1. edson rufino de souza

    Todo esse mistério não é obra do acaso, é a prova de que os executivos da Globo manipulam narrativas para manter o controle da população. A morte de Odete foi planejada para criar uma distração enquanto decisões sombrias são tomadas nos bastidores. Cada detalhe, desde a escolha da pistola elétrica no remake, carrega um simbolismo de vigilância tecnológica. Não se engane, o público é apenas um experimento para validar novos métodos de persuasão.

  2. Bruna Boo

    Essa história de assassinato acidental é só mais um truque barato de roteiro.

  3. Ademir Diniz

    Olha, eu acho q a novela ainda tem muito o que ensinar pros jovens de hoje. A lição de que poder pode corromper tá ali, bem na cena da Odete. Tenta assistir de novo e veja como a tensão fica na cara dos personagens.

  4. Savaughn Vasconcelos

    A estrutura narrativa da morte de Odete revela um estudo sofisticado de expectativa e ruptura. O autor conduz o telespectador ao ápice da confiança, para então subvertê‑la em um instante de confusão. Essa técnica, conhecida como false‑lead, tem raízes na literatura modernista, onde o leitor é provocado a questionar a própria realidade. Ao reproduzir o mesmo padrão no remake, a produção demonstra respeito à arte de manipular emoções. O uso da pistola elétrica, porém, acrescenta uma camada de crítica ao tecnocentrismo contemporâneo.

  5. Rafaela Antunes

    Não dá pra aceitar que a gente ainda repete os mesmos clichês de 1988 sem nada de inovação. Ainda tem muito o que melhorar nas tramas atuais.

  6. Marcus S.

    A recorrência do arquétipo de Odete Roitman na cultura televisiva brasileira constitui um fenômeno digno de análise profunda. Primeiramente, observa‑se que a vilã personifica as ansiedades coletivas de uma sociedade em transição econômica. Sua morte, executada por engano, simboliza a incerteza que permeia o mundo corporativo, onde decisões são tomadas sob pressão. No original de 1988, o disparo acidental serve como metáfora da imprevisibilidade dos mercados financeiros da época. Já no remake de 2025, a substituição da arma de fogo por uma pistola elétrica traduz a crescente preocupação com a violência não letal. Tal mudança não é meramente estética, mas reflete uma narrativa que busca alinhar‑se às normas regulatórias contemporâneas. Além disso, a decisão de manter a estrutura de engano demonstra uma fidelidade ao suspense clássico, ressaltando a importância da tradição. Entretanto, a falta de inovação estrutural pode ser interpretada como uma estratégia de segurança comercial. A Globo, ao reutilizar um roteiro tão emblemático, garante audiência, mas também arrisca estagnação criativa. É válido questionar se a reverência ao passado impede a emergência de novas vozes narrativas. A academia tem apontado que a repetição de fórmulas pode levar ao esgotamento da capacidade emotiva do público. Por outro lado, a nostalgia funciona como um facilitador de identificação intergeracional, ampliando o alcance da obra. A análise dos índices de audiência revela um aumento de 12 % nas visualizações da versão original durante o lançamento do remake. Tal dado corrobora a tese de que o público ainda valoriza a autenticidade histórica quando bem contextualizada. Não obstante, é imperativo que os produtores invistam em narrativas que desafiem o espectador, em vez de simplesmente reciclar fórmulas comprovadas. Em síntese, Odete Roitman permanece como um espelho das contradições brasileiras, mas sua história exige renovação constante para permanecer relevante.

  7. João Paulo Jota

    Claro que a Globo tem que salvar a honra do Brasil ao trazer de volta um vilão que representa a elite corrupta. Mas usar uma pistola elétrica? Só para parecer moderno, enquanto o país ainda luta com problemas reais. A novela tenta distrair, mas o povo vê através da farsa. Enquanto isso, quem realmente controla o poder está lá fora, nas salas de reunião.

  8. vinicius alves

    Essa remessa de Vale Tudo virou um case study de branding retro, com muita dose de hype nostálgico. O roteiro fez um upgrade tecnológico, mas ainda falta aquele punch de originalidade.

  9. Lucas Santos

    Reconheço o valor histórico da trama, embora a execução atual careça de originalidade. A manutenção do suspense clássico é louvável, porém a inovação deveria ser mais ousada. :)

  10. Larissa Roviezzo

    Não sei porque todo mundo ainda fala como se nada mudasse Vales Tudo 2025 é puro drama de primeira e ainda tem gente que não sente a vibe

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