Na noite de quarta-feira, 22 de outubro de 2025, o Estádio Santiago Bernabéu tremera com o grito de um único gol — e com a certeza de que o Real Madrid não está apenas jogando bem: está dominando. A equipe espanhola venceu a Juventus por 1 a 0, em partida válida pela terceira rodada da fase de grupos da Champions League, com o gol decidido por Jude Bellingham, aos 57 minutos. O triunfo elevou os merengues a nove pontos, mantendo-os invictos na competição, enquanto os italianos seguem com apenas dois, fora da zona de classificação e em 25º lugar no ranking geral.
Um gol de classe, construído com paciência
O gol veio de uma jogada que resumiu o que o Real Madrid tem feito sob o comando de Xabi Alonso: controle, pressão e aproveitamento de pequenos erros. Vinícius Júnior recebeu a bola na esquerda, driblou três defensores da Juventus com uma combinação de aceleração e mudança de ritmo, e disparou um chute que bateu na trave. Bellingham, como sempre, estava no lugar certo — e não perdoou. O inglês, que chegava ao jogo sem gols na temporada, completou com facilidade, colocando o estádio de pé.
Na arquibancada, os torcedores não apenas aplaudiram: celebraram como se fosse a final. E com razão. Este foi o primeiro gol de Bellingham na Champions League nesta temporada — e talvez o mais importante de sua carreira até aqui.
Um goleiro em sua 300ª partida — e uma defesa que segurou o jogo
Enquanto o ataque finalmente acertava, a defesa do Real Madrid fez sua parte com maestria. Thibaut Courtois, em sua 300ª partida pelo clube, foi o herói silencioso. Aos 10 minutos, salvou um chute de Weston McKennie com o corpo esticado; aos 14, impediu que Federico Gatti empatasse após um cruzamento perigoso. E ainda teve que se mover rápido para afastar um cabeceio de Aurélien Tchouaméni, em cobrança de escanteio. O belga, aos 33 anos, não apenas cumpriu sua função: elevou o nível da equipe.
“Courtois foi o alicerce”, disse o técnico Xabi Alonso após o jogo. “Nós tivemos domínio, mas a Juventus organizou bem a defesa. Sem ele, o placar poderia ser diferente.”
Arda Güler, o motor invisível
Se Bellingham levou os holofotes, foi Arda Güler, o jovem meia turco, quem deu vida ao jogo. Com passes curtos e longos, mudanças de ritmo e visão de jogo rara para alguém de 20 anos, ele foi eleito o Jogador do Jogo pela Fox Sports. Seu cruzamento na primeira metade quase deu o gol para Militão; sua troca com Mbappé no fim do primeiro tempo quase abriu o placar. A Juventus não conseguiu marcar seu marcador — e isso foi fatal.
“Ele não é só talento. É inteligência”, comentou o ex-jogador Zinedine Zidane em entrevista à TV espanhola. “O Real Madrid tem muitos jogadores caros, mas Güler é o que mais cresce. Ele entende o jogo como um veterano.”
Juventus: organização, mas falta de criatividade
A Juventus não jogou mal. Pelo contrário. Sob o comando de Igor Tudor, os italianos montaram uma muralha de cinco defensores, com Cambiaso e Locatelli cortando todos os passes centrais. Mas a falta de criatividade nas costas foi letal. Kenan Yildiz, o jovem atacante de 18 anos, teve apenas dois toques na área. Marcus Thuram e Dušan Vlahović, titulares, foram substituídos por jogadores que não tinham ritmo de jogo.
“Fizemos o que podíamos”, admitiu Tudor. “Mas quando você não cria chances claras, e o adversário tem jogadores como Vinícius e Mbappé, o risco é grande. E o gol veio exatamente disso: um erro de marcação.”
As consequências: um clássico e uma batalha pela sobrevivência
Com este resultado, o Real Madrid entra em El Clásico contra o Barcelona neste domingo, 25 de outubro, com confiança máxima. A vitória na Champions reforça o clima de renascimento sob Alonso — e o time sabe que um empate ou derrota contra os catalães pode mudar tudo.
Já a Juventus enfrenta o Lazio no mesmo dia, em uma partida que pode definir o rumo da temporada. Com apenas dois pontos, precisam vencer todos os jogos restantes para sonhar com a classificação. E no dia 4 de novembro, enfrentam o Sporting CP em casa — um adversário que, se vencer, pode matar suas chances de vez.
Um histórico de rivais, mas um presente desigual
Em 21 confrontos anteriores na Champions, a Juventus venceu nove, o Real Madrid dez, e dois jogos terminaram em empate. Mas esta foi a primeira vez desde 2019 que os italianos não conseguiram sequer empatar em Madrid. E o que mais assusta é o ritmo: enquanto o Real Madrid avança como um relógio suíço, a Juventus parece presa no passado.
A diferença não está só nos jogadores. Está na cultura. O Real Madrid, com sua estrutura de desenvolvimento juvenil e sua capacidade de absorver pressão, está de volta. A Juventus, com sua tradição de defesa rígida e falta de inovação tática, está perdendo o rumo.
Frequently Asked Questions
Como o gol de Bellingham foi construído?
O gol surgiu após uma jogada individual de Vinícius Júnior, que driblou três defensores da Juventus pela esquerda e chutou na trave. Bellingham, que sempre se posiciona bem em rebotes, aproveitou a sobra e finalizou com precisão. Foi seu primeiro gol na Champions League nesta temporada, e o mais importante da carreira dele até agora.
Por que Arda Güler foi eleito Jogador do Jogo?
Apesar de não ter marcado, Güler foi o principal criador do jogo. Fez 87 passes com 92% de precisão, criou três chances claras e desequilibrou o meio-campo da Juventus com suas mudanças de ritmo. Sua capacidade de ligar defesa e ataque foi fundamental para manter o controle do Real Madrid, mesmo quando o time não conseguia finalizar.
O que falta à Juventus para voltar a ser competitiva?
Falta criatividade no ataque e agilidade na transição. A equipe é bem organizada, mas depende demais de Vlahović e Thuram, que não estão em boa fase. Além disso, o meio-campo é lento e não consegue gerar jogadas de surpresa. Sem um jogador como Luka Modrić ou Toni Kroos, a Juventus perde a alma do jogo.
Real Madrid está de volta como favorito à Champions?
Com nove pontos e apenas um gol sofrido, sim. O time tem equilíbrio, experiência e jovens talentos como Güler e Mastantuono. Xabi Alonso transformou a equipe: não é só o ataque, é a pressão alta, a organização defensiva e a inteligência tática. Se mantiverem o ritmo, são os principais candidatos ao título.
Quais são os próximos desafios das duas equipes?
O Real Madrid enfrenta o Barcelona no domingo, 25 de outubro, em El Clásico, antes de viajar para enfrentar o Liverpool em 4 de novembro. A Juventus joga contra o Lazio no mesmo dia e depois recebe o Sporting CP em casa. Vencer esses jogos é essencial para manter a esperança de classificação.
O que a vitória significa para Xabi Alonso?
É a confirmação de que ele não é apenas um ex-jogador de prestígio, mas um técnico de elite. Com apenas um ano no cargo, já transformou o Real Madrid em um time coeso, com identidade e eficiência. Ele superou as críticas iniciais e agora é visto como o sucessor natural de Ancelotti — e talvez o próximo grande técnico da história do clube.