Terremoto 7,1 sacode Passagem de Drake; Chile lança alerta de tsunami

Terremoto 7,1 sacode Passagem de Drake; Chile lança alerta de tsunami

Quando Passagem de Drake registrou um terremoto de magnitude 7,1 na quinta‑feira, 21 de agosto de 2025, o Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ) foi a primeira a divulgar o evento. Pouco depois, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) confirmou a sismicidade, apontando profundidade de 10 km e epicentro a mais de 700 km a sudeste de Ushuaia, na Argentina.

Contexto geológico da Passagem de Drake

A região, situada entre o extremo sul da América do Sul e a Antártida, marca a fronteira entre as placas tectônicas Sul‑Americana e Antártica. Essa convergência gera alta atividade sísmica e condições marítimas conhecidas como "ponto mais perigoso do planeta". Historicamente, a passagem tem sido palco de fortes tremores, mas a sequência de 2025 elevou o nível de preocupação entre autoridades e cientistas.

Detalhes do sismo de 21/08/2025

Os dados do USGS indicam magnitude inicial de 8,0, revisada para 7,5 antes de ser ajustada para 7,1 – diferença típica quando algoritmos se calibram com leituras locais. A profundidade, registrada em 10 km, é considerada rasa, o que aumenta o potencial de choque nas estruturas costeiras. O epicentro ficou a 263 km a noroeste da Base Presidente Frei, instalada na Ilha Rei George, Península Antártica.

Reações das autoridades chilenas

Imediatamente, o Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha do Chile emitiu alerta de tsunami para o território antártico chileno, citando risco potencial para a Base Frei. A base, administrada pela Força Aérea do Chile, inclui um aeródromo fundamental para operações de voos de apoio na Antártida.

Alguns minutos depois, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico revisou a situação e descartou a ameaça de ondas, após monitoramento das ondas no oceano Sul‑Pacífico. A rápida retirada do alerta evitou alarmes desnecessários nas comunidades costeiras do Chile continental.

Impacto nas comunidades e na ciência

  • População de Ushuaia (≈ 57 mil habitantes) não sentiu efeitos diretos devido à distância.
  • Operações da Base Presidente Frei foram temporariamente suspensas para inspeção de equipamentos.
  • Navios de pesquisa que cruzavam a passagem registraram vibrações fortes; alguns ajustaram rotas por segurança.
  • Áreas costeiras chilenas, como Puerto Williams, mantiveram sirenes de alerta ligadas por algumas horas, mas sem danos relatados.

Para a comunidade científica, o evento ofereceu valiosa coleta de dados sísmicos em profundidade rasa, ajudando a refinar modelos de acoplamento entre as placas. Pesquisadores do Instituto Antártico Chileno já anunciaram um estudo comparativo com os sismos de maio (7,5) e outubro (7,8) de 2025.

Sequência de sismos em 2025

Sequência de sismos em 2025

A passagem registrou três grandes tremores neste ano:

  1. 2 de maio: magnitude 7,5, profundidade 10 km, epicentro a 10 km da costa sul do Chile; alertas de tsunami ativados e depois suspensos.
  2. 21 de agosto: magnitude 7,1 (revisada), foco de 10 km, alerta de tsunami emitido e cancelado em menos de uma hora.
  3. 10 de outubro: magnitude 7,8, profundidade 11 km, epicentro a 263 km da Base Presidente Frei; novamente alerta de tsunami, porém sem geração de ondas.

Esses eventos demonstram que a zona de subducção entre as placas está extremamente ativa, com potenciais repercussões para a segurança marítima e para as bases de pesquisa.

Perspectivas futuras e recomendações

Especialistas da Universidade de São Paulo (USP) recomendam monitoramento contínuo e atualização dos protocolos de emergência nas bases antárticas. O Comissão de Sismologia da América do Sul (CSAS) planeja instalar sensores adicionais ao longo da Passagem de Drake até o final de 2026, visando reduzir o tempo de resposta em caso de tsunami.

Enquanto isso, autoridades chilenas reforçam a importância de manter sirenes operacionais e de divulgar informações claras à população local, como ocorreu em Puerto Williams durante os sismos de maio e outubro.

Antecedentes históricos

Desde o século XIX, navegadores relatam as águas traiçoeiras da Passagem de Drake, mas apenas nas últimas duas décadas a tecnologia de monitoramento sísmico permitiu registrar a frequência de grandes tremores. O terremoto de magnitude 8,2 de 1960, na região de Valdivia, ainda é referência, embora tenha ocorrido distante da passagem. Hoje, a combinação de radar marítimo, boias sísmicas e satélites oferece um panorama detalhado que pode salvar vidas.

Perguntas Frequentes

Qual foi a magnitude exata do terremoto de 21/08/2025?

O Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ) registrou magnitude 7,1, enquanto o USGS revisou seu valor para 7,5 antes de confirmar 7,1. Essa variação acontece por ajustes nos algoritmos de cálculo com as primeiras leituras.

Por que o alerta de tsunami foi emitido e depois cancelado?

O Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Marinha do Chile emitiu o alerta imediatamente após o sismo, seguindo protocolos de segurança para a Base Frei. O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico, ao analisar as ondas geradas, constatou que não havia elevação significativa no nível do mar, anulando o risco.

Quais foram os principais impactos nas bases antárticas?

A Base Presidente Frei interrompeu temporariamente as operações de voo e realizou inspeções de equipamentos críticos. Não foram registrados danos estruturais, mas o incidente reforçou a necessidade de protocolos de evacuação rápida.

Como esses tremores afetam a navegação comercial na região?

Navios que cruzam a Passagem de Drake relataram vibrações fortes e, em alguns casos, alteraram rotas para evitar áreas de maior agitação sísmica. As empresas de transporte marítimo estão revisando rotas e reforçando a comunicação com centros de monitoramento sísmico.

O que a comunidade científica espera dos novos sensores planejados?

A Comissão de Sismologia da América do Sul (CSAS) pretende instalar sensores que capturem ondas sísmicas em tempo real, permitindo alertas mais rápidos e melhor compreensão da dinâmica entre as placas Sul‑Americana e Antártica.

Comentários
  1. Jaqueline Dias

    Um sismo de magnitude 7,1 ainda deixa o oceano em alerta constante.

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